Empresas gastam, em média, 34 mil horas por ano com trâmites tributários

Empresas gastam, em média, 34 mil horas por ano com trâmites tributários

O Brasil figura em primeiro lugar como o país cujas empresas mais gastam tempo e dinheiro na área fiscal.


Em um país onde se tem mais de 790 mil normas vigentes, entre elas 28 mil somente de matéria tributária, não é difícil comprovar a complexidade em calcular e pagar impostos no Brasil. Além de ser um processo oneroso, as empresas gastam em média 34 mil horas por ano com trâmites tributários, de acordo com a pesquisa “Tax do Amanhã” divulgada pela Deloitte em agosto deste ano.


O estudo feito com 159 empresas de diversos setores espalhadas pelo país indica que quanto maior é o porte do negócio, mais tempo se gasta na área fiscal e contábil. Empresas com receita líquida média de R$ 45 milhões ao ano, por exemplo, gastam 2.960 horas com gestão tributária. Já as que faturam R$ 240 milhões, contabilizam 4.530 horas e aquelas com receita média de R$ 1 bilhão ao ano, 8.948 horas.


Desta forma,
o Brasil figura em primeiro lugar entre os países que mais gastam tempo na área fiscal. Ficando na frente de China, Índia e África do Sul. A média mundial de horas gastas para preparar, declarar e pagar impostos é de 236 horas ao ano.

Infográfico-Horas-Gastas

Todo esse tempo custa caro. A estrutura de tecnologia e recursos humanos que as empresas precisam montar para lidar com a burocracia consome cerca de 1,5% do seu faturamento anual. De acordo com um estudo feito pela ROIT, empresa de contabilidade e tecnologia, as companhias brasileiras gastam cerca de R$ 160 bilhões por ano para manter pessoal, sistemas e equipamentos no acompanhamento das modificações da legislação. 


A oneração é confirmada ao analisar as informações publicadas pela multinacional Stefanini.
No Brasil a cada duzentos funcionários, um trabalha na área contábil. Nos Estados Unidos, a proporção é um para mil e, na Europa, um para quinhentos. “Não é à toa que empresários são favoráveis à reforma tributária, principalmente quando se trata de simplificação de tributos” afirma Flávio Ortencio Sócio-Diretor da SOLUTIO. De acordo com a pesquisa da Delloitte, 71% das empresas afirmam que o modelo ideal de tributação é do tipo valor agregado (IVA). Já 29% das companhias preferem dois IVAs, um federal e outro estadual ou municipal.   


Para especialistas no assunto, existem dois pontos de dificuldade quando se trata de tributos no Brasil: a quantidade de normas tributárias e a baixa qualidade delas.

Excesso de normas tributárias

O Brasil tem a fama de ser um manicômio tributário, alcunha utilizada por Steve Jobs quando justificou a falta de fábricas da Apple no país. O termo faz todo sentido ao se deparar com os números da pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) divulgada em 2019. De acordo com o estudo, desde a criação da Constituição Federal em 1988 mais de 6 milhões de normas foram editadas. Quando se trata de matéria tributária, em 31 anos foram editadas cerca de 403 mil normas, uma média de 2 normas tributárias por dia útil.


Essa excessiva quantidade de normas e suas constantes modificações legais gera insegurança tanto para o empresariado quanto para os cidadãos. As normas são malfeitas, vagas e imprecisas e dão margem a diferentes interpretações. Além da alta complexidade do sistema tributário e dificuldade de compreensão, há ainda a necessidade em acompanhar as alterações das normas, o que torna o processo ainda mais complicado.


Atualmente são editadas, em média, 30 novas regras ou atualizações tributárias no país. Somente 4,15% das normas não sofreram alterações desde 1988, segundo o IBPT.  A situação fica insustentável quando a esfera analisada é a municipal. São mais de 535 normas editadas por dia útil. 


Diante dos desafios no cenário fiscal brasileiro, o governo federal enviou a primeira proposta de reforma tributária ao Congresso em agosto deste ano. O projeto prevê a unificação do PIS e Cofins, transformando-se assim em Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Segundo especialistas, as companhias devem se preparar para maiores gastos por conta da transição caso a reforma seja aprovada.

Infográfico - Horas gastas na área fiscal

Para vencer a questão fiscal no Brasil se faz necessário o investimento em pessoal e em tecnologia. A SOLUTIO possui os melhores serviços para automatizar processos e garantir a inserção correta dos dados fiscais, evitando inconsistências que podem resultar na aplicação de pesadas multas. 

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